No dia 17 de Junho, o Brasil comemora o Dia da Medicina Veterinária Militar, uma data que homenageia os profissionais que atuam na interseção entre a Medicina Veterinária e a Defesa Nacional. Responsáveis pela saúde de cães farejadores, cavalos de patrulha, aves de resgate e até mesmo animais silvestres utilizados em operações militares, esses profissionais garantem não apenas o bem-estar dos animais sob tutela das Forças Armadas, mas também a segurança da tropa e da população.

A atuação do médico veterinário militar vai além do cuidado direto com os animais. Ela abrange também áreas estratégicas como a Saúde Pública, o controle de zoonoses em zonas de conflito, a inspeção e segurança alimentar nas unidades militares e a vigilância epidemiológica de enfermidades que podem impactar soldados e civis. Esse papel multifacetado revela uma contribuição essencial, mas frequentemente invisibilizada, para a estrutura sanitária nacional.

Segundo o Exército Brasileiro, “os médicos veterinários militares participam de campanhas de vacinação, controle de doenças zoonóticas e ações conjuntas com outros profissionais da Saúde, garantindo o funcionamento das unidades operacionais e promovendo a Biossegurança” (Fonte: Ministério da Defesa). No entanto, poucos brasileiros conhecem o real impacto desses profissionais nas missões de paz, desastres naturais e até mesmo no controle sanitário de fronteiras.

Apesar de sua importância, a Medicina Veterinária Militar ainda enfrenta desafios estruturais, como a escassez de concursos públicos específicos, a falta de reconhecimento social e a invisibilidade nas políticas de valorização dos profissionais de Saúde.

Como acessar atendimento veterinário militar pelo SUS?

O atendimento direto da Medicina Veterinária militar à população civil não é previsto pelo SUS, exceto em casos específicos de zoonoses ou emergências sanitárias em que os profissionais militares atuam em parceria com a Saúde Pública. No entanto, o cidadão pode buscar assistência veterinária gratuita por meio de universidades públicas com hospital veterinário, ou ONGs cadastradas junto aos órgãos municipais.

Seja na Amazônia, no sertão nordestino ou em áreas urbanas de risco, os veterinários militares operam em campo ao lado de médicos, enfermeiros, farmacêuticos e profissionais da Psicologia, entre outros. Em operações de apoio à população, esses especialistas são fundamentais para o controle sanitário de alimentos, inspeção de laboratórios e prevenção de surtos em regiões vulneráveis.

No cenário atual, em que a pandemia da Covid-19 demonstrou a importância do conceito de Saúde Única — integração entre Saúde Humana, Animal e Ambiental —, o papel do médico veterinário militar ganha ainda mais relevância. Essa abordagem multidisciplinar exige diálogo constante entre profissionais como biomédicos, dentistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicanalistas e quiropraxistas, todos essenciais à manutenção da Saúde Nacional.

Enquanto o debate sobre políticas de valorização das profissões da Saúde segue em pauta, é fundamental que a sociedade reconheça e prestigie também o trabalho silencioso e estratégico da Medicina Veterinária Militar — uma carreira que une amor aos animais, técnica científica e compromisso com a soberania do país.

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