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19 de jun. de 2025 às 00:00  •  4 min de leitura
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DIA MUNDIAL DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE A DOENÇA FALCIFORME: UM ALERTA SILENCIOSO SOBRE A DOR INVISÍVEL QUE SEGUE NEGLIGENCIADA!
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No dia 19 de Junho é celebrado o Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Falciforme, uma condição hereditária grave que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, principalmente negras e pardas. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2008, com o objetivo de aumentar o conhecimento sobre essa enfermidade, que, apesar de comum em determinados grupos populacionais, ainda sofre com o estigma e o desconhecimento — inclusive dentro das próprias estruturas de Saúde.


A Doença Falciforme é uma condição genética que altera a forma dos glóbulos vermelhos, tornando-os semelhantes a foices, o que dificulta sua passagem pelos vasos sanguíneos e compromete o transporte de oxigênio. Essa deformidade celular pode causar dores intensas, lesões em órgãos, maior propensão a infecções e até acidentes vasculares cerebrais (AVCs), especialmente em crianças. Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que nasçam cerca de 3.500 crianças com a doença por ano no Brasil, e mais de 300 mil tenham o traço falciforme.


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Para acessar o tratamento pela rede pública, o paciente deve procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para realizar exames iniciais e receber encaminhamento para centros de referência em Hematologia. O diagnóstico pode ser feito pelo Teste do Pezinho, obrigatório em recém-nascidos no país. Após o diagnóstico, o acompanhamento é feito por uma equipe multiprofissional, com foco em prevenção de crises, controle da dor e orientação contínua.


No entanto, especialistas alertam que o maior desafio não é apenas clínico, mas estrutural. “A invisibilidade da Doença Falciforme é um reflexo do racismo institucional. Ela afeta majoritariamente a população negra e, por isso, nunca esteve no centro das prioridades de políticas públicas”, declarou a Dra. Ana Cristina Silva, Hematologista da UFRJ, em entrevista à BBC Brasil.


Profissionais da área de Biomedicina têm papel fundamental tanto no diagnóstico precoce quanto no monitoramento constante por meio de exames laboratoriais. A atuação precisa desses especialistas permite detectar sinais precoces de complicações e acompanhar a evolução da doença com maior segurança.


Nas unidades de atenção básica, a atuação da Enfermagem é decisiva. Desde a triagem até a administração correta de medicamentos e orientações sobre cuidados cotidianos, os profissionais da área garantem o elo entre o paciente e o sistema de saúde.


O suporte emocional é igualmente essencial. Profissionais de Psicologia contribuem significativamente no acompanhamento de pacientes que, desde cedo, precisam lidar com dores intensas, limitações físicas e o preconceito social associado à doença.


A Nutrição também exerce um papel importante na qualidade de vida de quem convive com essa condição. Dietas equilibradas, ricas em ferro, ácido fólico e hidratação adequada, ajudam a minimizar crises e fortalecem a imunidade.


Já nas farmácias de referência e nas Farmácias de Manipulação, a disponibilidade de medicamentos para dor e controle de infecções é um ponto crucial. Muitos desses remédios exigem manipulação precisa e individualizada.


A atenção à Odontologia também deve ser reforçada. A Doença Falciforme pode comprometer a saúde bucal, com maior incidência de infecções, o que demanda acompanhamento preventivo regular com dentistas preparados para lidar com pacientes crônicos.


É igualmente relevante o papel da Fisioterapia em alguns casos de comprometimento motor, além da Fonoaudiologia nos casos em que há impacto neurológico precoce, especialmente em crianças.


O cuidado multidisciplinar ainda envolve o suporte técnico de laboratórios, que realizam exames como hemograma, eletroforese de hemoglobina e dosagem de bilirrubinas, fundamentais para o acompanhamento clínico.


Na área de Medicina, o acompanhamento com Hematologistas e Clínicos Gerais é indispensável. “A ausência de um protocolo nacional específico para pacientes falciformes compromete a equidade no tratamento”, comentou Dr. Paulo Mendes, médico da rede pública do DF, ao portal UOL.


Vale lembrar que além de tratamento medicamentoso, terapias complementares como Psicanálise e práticas integrativas são cada vez mais recomendadas como suporte para a saúde emocional desses pacientes.


Apesar dos avanços nas políticas públicas, ainda há uma grande lacuna na formação dos profissionais de saúde quanto ao manejo da Doença Falciforme. A atuação conjunta e contínua de farmacêuticos, médicos, biomédicos, enfermeiros e outros especialistas é essencial para oferecer tratamento digno e humano.


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